O Ministério Público Federal denunciou em São Paulo cinco suspeitos de uma fraude bilionária. Um negócio de crescer o olho. “R$ 600 no banco rende R$ 1,80 por mês. R$ 600 na BBOM rende R$160 por mês. Eu não sei por que vocês não aplaudem a BBOM. Porque a empresa é um show”, dizia o empresário Paulo Ricardo Figueiró em um vídeo.
Para o Ministério Público Federal, um golpe. A BBOM se apresentava como vendedora de rastreadores de veículos. Para se associar, o investidor pagava de R$ 600 a R$ 3 mil e receberia parte da venda dos equipamentos. Mas, segundo a investigação, os rastreadores não existiam e o dinheiro da empresa vinha apenas de novos associados que alimentavam a pirâmide.
“A alegação de que eles vendiam rastreadores é um mero engodo pra poder enganar não só as pessoas que entravam no sistema, mas as autoridades também”, afirma o procurador da República Andrey Borges de Mendonça.
Empresa faturou R$ 2 bilhões em sete meses
Usando massivamente a internet e as redes sociais, a BBOM conseguiu um crescimento que surpreendeu até o Ministério Público. Ela funcionou entre fevereiro e agosto de 2013, quando foi bloqueada. Nesses sete meses, conseguiu quase um milhão de associados e faturou R$ 2 bilhões.
A Bárbara investiu R$ 1.800. “Você começa a crescer o olho e não consegue enxergar o que você pode perder”, explica a empresária Bárbara Maria Teixeira.
Ainda não viu um tostão. Já o dono da BBOM lucrou R$ 14 milhões, mas nega as acusações.
Empresário que incentivava investidores se diz vítima da empresa
“Nós em passamos perto de pirâmide financeira. O nosso negócio é o marketing multi nível, venda serviços e produtos, venda direta”, defende o empresário João Francisco de Paulo.
Paulo Ricardo Figueiró, do começo da reportagem, se diz vítima. “Eu ganhei mais de R$ 10 milhões da companhia, só que eu não recebi. Depois descobrimos que o dono da empresa estava fazendo tudo errado.”, conta o empresário.
Para convencer investidores ele parecia ter outra opinião. “Teve dias que ganhei R$ 130 mil de ganhos no dia. Se o dinheiro não traz felicidade, me dá todo o seu dinheiro e seja feliz, rapaz”, dizia o empresário Paulo Ricardo Figueiró em um vídeo.