De acordo com Roberta Kuruzu, diretora executiva da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd), as perspectivas para 2014 são ainda melhores. “Acreditamos que o mercado continuará pujante, uma vez que muitas categorias podem ser exploradas e há novos players, já consolidados no mercado, que começam a explorar o canal”, diz.
Para Luiz Alexandre de Paula, diretor de consultoria da GS&MD, as categorias de higiene e beleza são destaques no mercado de venda direta. “Dentro destas, podemos citar os cosméticos como carros-chefes das marcas”, afirma.
No Brasil, o número de revendedores cresceu 1,28% em 2013, em relação ao ano anterior, alcançando a marca de 4,5 milhões de profissionais, segundo a Abevd. “A maior parte deles são mulheres e pessoas físicas, que trabalham com a venda porta a porta para complementar a renda. Há, também, aquela pequena parcela que trabalha com o negócio de maneira mais estruturada. O bacana é que o mercado garante espaço aos dois perfis”, afirma Luiz de Paula.
As marcas não delimitam o território por revendedora. Segundo de Paula, a maioria das empresas trabalha a regionalização do local com relação à supervisão. “O mercado é aberto. O que muitas marcas fazem é deixar uma supervisora de vendas em determinada região. Mas dentro de um mesmo bairro podem existir milhares de revendedoras”, diz.
Já populares na classe média brasileira, as marcas tentam atingir as classes mais altas do país, com linhas especiais e diferenciadas de seus produtos. Além disso, poucas investem no comércio eletrônico. “Os grandes têm catálogos virtuais, não e-commerce. E não é vantajoso para eles investirem nesse setor. Historicamente, as revendedoras são pouco profissionalizadas e usam a venda direta como complemento de renda. Capacitá-las para trabalhar no ambiente eletrônico é, talvez, um desafio pouco rentável até o momento”, afirma Luiz de Paula.
Congresso Mundial de Venda Direta
O mercado de venda porta a porta está tão em alta no país, que o Brasil foi escolhido pela Federação Mundial (WFDSA) para sediar o Congresso Mundial de Vendas Diretas deste ano.
O congresso acontecerá nos dias 10, 11 e 12 de novembro, no Rio de Janeiro, e discutirá, entre outras questões, o poder que as mulheres ganharam com as vendas diretas e as perspectivas do mercado para os próximos 10 anos.